quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Rumo à cidade das pedras


São Thomé das Letras é uma cidadezinha de 6.880 habitantes que fica no sul de Minas. Lá as ruas são de pedra e as casas também. Há rumores de que uma gruta a 5 km do município leva os turistas mais obstinados até Machu Picchu. Não é incomum ouvir relatos de moradores que já viram óvnis e até já entraram em contato com os seres extra-terrestres (seria a proximidade de Varginha mera coincidência?).

Esses causos fazem com que a cidade faça parte de uma espécie de roteiro místico. São Thomé também tem a fama de receber grupos de jovens cuja intenção única é se drogar no meio das pedras e ver discos voadores que não estão lá necessariamente.

Mas o que a cidade tem de melhor é a natureza. Cachoeiras e grutas e mais cachoeiras e montanhas... Apesar de ter se tornado um destino relativamente comum para turistas, São Thomé ainda não comercializou suas belezas naturais, ou pelo menos não o fez com profissionalismo suficiente para tirar toda a espontaneidade do lugar. É claro que perto de cada cachoeira tem uma barraquinha que serve bebidas e quitutes mineiros aos visitantes. Mas elas acabam se integrando à paisagem local, cercadas por cachorros pidões que se espalham pela cidade inteira e imploram por um pedaço do seu pastel de queijo branco.

(Se São Thomé ficasse na Flórida, a cidade inteira seria transformada num parque. Aplicariam as normas de acessibilidade a todos os pontos turísticos e ninguém correria mais risco de escorregar no barranco ao tentar chegar numa cachoeira. As grutas receberiam iluminação artificial e seriam alargadas nos trechos mais difíceis.)

O centro da cidade também é charmoso. Cheio de lojinhas que vendem o artesanato local e restaurantes que prometem comida típica mineira. Não existem regras de trânsito bem estabelecidas e você pode estacionar em qualquer lugar (mesmo!). As pedras não permitem que ninguém ande a mais de 40 km/h, então os riscos de acidentes são baixos.

Minha viagem para a Cidade das Estrelas, ou Cidade Mística, ou ainda, Cidade das Pedras só durou um fim de semana. Fiquei hospedada numa pousada cujas únicas hóspedes éramos eu e minhas duas amigas. Fomos recebidas às 23h de sexta-feira por um gatinho branco com um olho de cada cor e um senhor sonolento, que nos apresentou os aposentos e explicou que o portão não tinha nenhuma tranca. Poderíamos chegar a hora que quiséssemos. Ele nos deu duas chaves: uma da porta da frente da pousada e outra do nosso quarto.

O sacrifício das mais de cinco horas de estrada valeria a pena, ainda que fosse só pelo café da manhã delicioso que o casal da pousada nos serviu. Ao lado da mesa do café, em cima de uma almofada azul, reinava absoluta a gata cinzenta chamada Paulina - o nome é o mesmo da personagem do primeiro conto de um livro do Bioy Casares que acabei de começar a ler. Seu namorado, o gatinho-David-Bowie, também nos visitou mais algumas vezes ao longo do fim de semana.

2 comentários:

Unknown disse...

Urso do cabelo lisoooooo...vc mandouuu mto beimmmm.....sobre oq postou sobre S.thome...ficou feliz em ler isso....graças a DEUS deu tdo certo na nossa viagem..e ainda por cima me realiza saber que TDO valeu a penaaaaaaaaaaa!!!

Um beijo, amei te conheçer!!!!!

e que venham mtasss S.thome das letras!!!!!!!!!!!!!!!

Unknown disse...

Mari... espero que esse fim de semana na Cidade Mística seja a primeira das muitas viagens que vamos programar e independentemente do roteiro, que sempre é certo, uma pessoa estará inclusa, você. Você é uma fofa, uma graça e consegue reunir virtudes que nenhum jornalista é capaz. Que seu "eu volto, gente" realmente seja concretizado. Foi bom trabalhar com vc nesse curto tempo e saber que no mundo ainda há pessoas especias e com coração bom.
Um beijo!
Da menina superpoderosa Loira...