quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Dias de turista 2


Orlando é uma cidade inteira voltada para o turismo. Quando andamos pela rua durante o dia, somos abordadas por pessoas vendendo ingressos da Disney, ingressos de mini-golfs, ingressos para ver um jacaré sendo alimentado ao vivo, entre outras atrações. Mas os turistas vêm mesmo para conhecer a Disney. Apesar disso, a cidade já era turística bem antes do senhor Walt resolver transferir o rato da Califórnia para cá.

O que aconteceu é que a chegada da Disney esmagou quase todos os outros parques temáticos e resorts que antes atraíam os turistas para Orlando e arredores. Alguns poucos sobreviveram e, para isso, tiveram que se adaptar aos novos padrões de qualidade adotados pela Disney (existe até um verbo para isso: to disneyfy). A Disney fez a cidade crescer: o número de turistas aumentou, assim como o número de habitantes. O crime também cresceu e a tranquilidade da população diminuiu consideravelmente desde então.

Mesmo tendo consciência de que a economia da cidade gira em torno da Disney, ela não está tão presente no cotidiano de quem trabalha aqui. Poucas vezes eu ouvi pessoas daqui falando sobre a Disney. Ela só aparece nas conversas quando algum estudante brasileiro pergunta, inconformado, por que diabos tantas pessoas se submetem ao cardápio horrível que o McDonald’s oferece às 8h da manhã e alguém responde, sem prestar muita atenção no que está dizendo, que são os turistas que passam para tomar o café da manhã antes de irem para os parques.

Enfim, ontem eu fui para a Disney! Visitei dois parques: o Epcot e o Magic Kingdom. O ingresso para cada parque custa 75 dólares, mas, procurando o suficiente, dá para descobrir esquemas que lançam você nos braços do Mickey Mouse por bem menos. A maioria dos esquemas tem a ver com pessoas que trabalham lá e ganham ingressos semanalmente. Eu e meus amigos soubemos que um dos funcionários do Mc trabalhava também na Disney e podia nos levar por 50 dólares cada, para ver quantos parques quiséssemos em um dia.

Esse funcionário, o Will, é provavelmente a última pessoa na face da terra que escuta Michael Jackson no último volume dentro do carro. Mas a gente acabou sobrevivendo o caminho inteiro e chegamos no Epcot com a audição quase intacta. O passeio só não foi mais divertido por causa da chuva que nos acompanhou o dia inteiro... Sim, a Disney é muito divertida e o Mickey derrete o coração de qualquer um. O dia terminou com uma torta de maçã e com a queima de fogos em cima do castelo da Cinderela.

2 comentários:

Daniel Médici disse...

Tenho certeza de que a unica coisa mais kitsch do que a Disney é ouvir Michael Jackson no ultimo volume.
Nunca ouvi falar tanto de Michael Jackson nos ultimos 12 anos quanto em Madri. O problema é que a cidade, a arquitetura e o clima de Madri não combinam com o kitsch. Mas a sua população, sim. Madrilenhos cortam o cabelo do modo mais estranho possivel: não é incomum ver um grupo de jovens com cortes pos-McGyver, ou com um estilo love-metal anos 80. Algumas mulheres chegam a ser piores. E existem, sim, gays espanhois fora dos filmes de Almodovar - isso era inconcebivel pra mim.
Mas o pior são os velhos, com um invevitavel bigode e a saudade de Franco estampada nos olhos. Ou eles se parecem com cantores romanticos e bregas.
Ainda sentem orgulho dos gemidos cortantes que se habituaram a chamar de "musica popular espanhola",a ponto de não haver lugar pra se esconder dela. Não me espanta eles tb gostarem de Michael Jackson, ainda.
Nunca me senti tao em casa quanto quando me dei conta de que não estava mais na Espanha.

Unknown disse...

mari, mas e o show do foo fighters??? vc não vai escrever sobre isso? se bem que eu já to com inveja antecipada...
beijos

PS: vc comprou um mickey, né? pelo-amor-de-deus, diz que sim! hahaha