
Semana passada o David Lynch esteve em São Paulo para promover o lançamento de seu livro sobre a importância da meditação em sua vida. Falando assim, ele fica parecendo mais um oportunista que escreve um livro de auto-ajuda qualquer só para ganhar dinheiro em cima de pessoas inseguras. Mas, apesar de não ter lido o livro, acho que não é o caso: é o David Lynch.
Fiquei muito decepcionada quando descobri que não poderia conhecê-lo pessoalmente, já que ele esteve na Livraria Cultura bem no meio da tarde, horário em que estava trabalhando. Mas resolvi fazer uma homenagem mental a ele, recapitulando todos os seus filmes a que já assisti. E, para a minha surpresa, só assisti a três deles: Veludo azul, Cidade dos sonhos e Twin Peaks – Os últimos dias de Laura Palmer, nesta ordem exatamente.
Os dois primeiros me marcaram bastante, acho que é por isso que tinha a impressão de conhecer toda a filmografia de David Lynch. Cidade dos sonhos eu vi na faculdade, na disciplina de Lógica (ironicamente). Não entendi nada da história a princípio... Mesmo assim, o filme me prendeu do começo ao fim. É um daqueles filmes em que você não tem idéia do que vem em seguida e que, quando termina, você fica perplexo por alguns minutos vendo os créditos subirem sem saber muito bem o que fazer. E, dias depois, você ainda se pega pensando nele, tentando decifrar o que significou aquilo tudo.
Veludo azul não é menos intrigante. Numa das primeiras cenas, o protagonista encontra uma orelha humana no chão de um terreno baldio por onde passa para cortar caminho. A partir daí ele se envolve numa investigação que vai levá-lo a presenciar situações bizarras e inimagináveis.
Devo aproveitar o assunto David Lynch para falar sobre um assunto que sempre me incomodou bastante: traduções de nomes de filmes. Observe os nomes, em português, de dois grandes filmes do diretor: Cidade dos sonhos e Império dos sonhos (os originais são, respectivamente, Mulholand Dr. e Inland Empire). Aposto que o David não ficou sabendo dessa calamidade. No caso de Cidade dos sonhos, o “sonho” do título adianta ao expectador um aspecto do filme que deveria ser conhecido apenas no decorrer da história, ou seja, o próprio título é um spoiler.
Semana passada, assisti a Medos privados em lugares públicos, cujo título no original em francês é Coeurs. Quem são essas pessoas que tem o direito de usar toda a criatividade para traduzir esses nomes sem a mínima consideração pelo título original nem pelo enredo do filme?
Mais um caso emblemático. O filme Asas do desejo, do Wim Wenders, no original é Der Himmel über Berlin (que significa “o céu sobre Berlim”). Depois, Wim Wender fez um filme chamado Lisbon Story, que foi traduzido como – adivinhem! – O céu de Lisboa, acho que pra compensar o outro céu que eles não tinham mencionado.
E eu poderia continuar citando títulos mal traduzidos, exemplos não faltam... Deixo aqui meu pequeno protesto.
Fiquei muito decepcionada quando descobri que não poderia conhecê-lo pessoalmente, já que ele esteve na Livraria Cultura bem no meio da tarde, horário em que estava trabalhando. Mas resolvi fazer uma homenagem mental a ele, recapitulando todos os seus filmes a que já assisti. E, para a minha surpresa, só assisti a três deles: Veludo azul, Cidade dos sonhos e Twin Peaks – Os últimos dias de Laura Palmer, nesta ordem exatamente.
Os dois primeiros me marcaram bastante, acho que é por isso que tinha a impressão de conhecer toda a filmografia de David Lynch. Cidade dos sonhos eu vi na faculdade, na disciplina de Lógica (ironicamente). Não entendi nada da história a princípio... Mesmo assim, o filme me prendeu do começo ao fim. É um daqueles filmes em que você não tem idéia do que vem em seguida e que, quando termina, você fica perplexo por alguns minutos vendo os créditos subirem sem saber muito bem o que fazer. E, dias depois, você ainda se pega pensando nele, tentando decifrar o que significou aquilo tudo.
Veludo azul não é menos intrigante. Numa das primeiras cenas, o protagonista encontra uma orelha humana no chão de um terreno baldio por onde passa para cortar caminho. A partir daí ele se envolve numa investigação que vai levá-lo a presenciar situações bizarras e inimagináveis.
Devo aproveitar o assunto David Lynch para falar sobre um assunto que sempre me incomodou bastante: traduções de nomes de filmes. Observe os nomes, em português, de dois grandes filmes do diretor: Cidade dos sonhos e Império dos sonhos (os originais são, respectivamente, Mulholand Dr. e Inland Empire). Aposto que o David não ficou sabendo dessa calamidade. No caso de Cidade dos sonhos, o “sonho” do título adianta ao expectador um aspecto do filme que deveria ser conhecido apenas no decorrer da história, ou seja, o próprio título é um spoiler.
Semana passada, assisti a Medos privados em lugares públicos, cujo título no original em francês é Coeurs. Quem são essas pessoas que tem o direito de usar toda a criatividade para traduzir esses nomes sem a mínima consideração pelo título original nem pelo enredo do filme?
Mais um caso emblemático. O filme Asas do desejo, do Wim Wenders, no original é Der Himmel über Berlin (que significa “o céu sobre Berlim”). Depois, Wim Wender fez um filme chamado Lisbon Story, que foi traduzido como – adivinhem! – O céu de Lisboa, acho que pra compensar o outro céu que eles não tinham mencionado.
E eu poderia continuar citando títulos mal traduzidos, exemplos não faltam... Deixo aqui meu pequeno protesto.
3 comentários:
Mari, queria muito ter visto o David Lynch também. Imagino que ele seja bem bizarro na vida real (normal ele não deve ser rsrs), mas não deixo de achá-lo genial. Figura e tanto.
Mariana,
Particularmente, não gosto de filmes auto-explicativos.
A arte é assim, algo que nos faça pensar, pensar e pensar...
E isto, que é muito bom!
Sejam filmes, quadros, livros, peças, amigos... parentes ou serpentes que nos acrescente algo, serão sempre benvindos!
De resto, descartamos.
No caso de Asas do Desejo, não coloque a culpa na conta dos tradutores brasileiros, pelo menos não toda a culpa.
Ele foi traduzido para o inglês como Wings of Desire...
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