sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Subtítulos


Depois de falar mal das traduções de nomes de filmes, me sinto no dever de chamar a atenção das pessoas para os subtítulos dos filmes – sejam eles da versão original ou exclusivos da versão brasileira.

Um deles me trouxe problemas na última vez que fui alugar um filme. Com a intenção de alugar Hannibal, aluguei Hannibal – a origem do mal. Não foi minha culpa, o subtítulo estava escrito em letras minúsculas e eu só fui perceber o equívoco quando o filme tinha terminado. Ele está, sem medo de errar, entre os dez piores filmes que eu já vi em toda a minha vida. Vale a pena assistir só para dar valor aos outros filmes.

Tenho que reconhecer que às vezes escolhem um subtítulo estiloso, que dá até um charme, tipo Alien – O oitavo passageiro. Mas outros são de doer. Geralmente tentam explicar ou mostrar alguma coisa a mais sobre o filme, mas, na maioria das vezes, eles acabam sendo óbvios demais ou não combinam em nada com a proposta.

Pulp Fiction – Tempo de violência. Pulp Fiction era o título perfeito! Aí acrescentaram Tempo de violência, que é sério demais para um filme que não se leva a sério; chega a ser um pouco moralista.

2046 – Os segredos do amor. Vocês já viram esse filme? Se eu fosse responsável pelo lançamento no Brasil, não me arriscaria a acrescentar nada ao título, simplesmente porque não entendi a história direito. Esse subtítulo pode levar algum romântico desavisado ao cinema. Pensando bem, talvez seja exatamente essa a intenção.

Eurotrip – Passaporte para a confusão. Parece nome de filme da sessão da tarde
, mas essa é uma das melhores comédias teen que eu já vi. O hit Scotty doesn’t know virou um clássico.

Spellbound – Quando fala o coração. Pensando bem, 80% dos filmes poderiam ter esse subtítulo. Titanic – Quando fala o coração, O Guarda-costas – Quando fala o coração, Star Wars – Quando fala o coração, Rocky Balboa – Quando fala o coração... Mas não se deixe enganar: Spellbound é um filme do Hitchcock de 1945 que, apesar de não ser muito comentado, é um dos meus preferidos. Ele tem uma seqüência de sonho idealizada por ninguém menos que Salvador Dali.

Alguns subtítulos bregas entram em perfeita harmonia com o filme. É o caso de Ghost – Do outro lado da vida e Moulin Rouge – Amor em vermelho. Portanto, não tenho nada a dizer a respeito deles.

Porcos e diamantes são dois substantivos bem improváveis de se usar na mesma frase, mas até que ficou legal como subtítulo de Snatch – Porcos e diamantes. Outros exemplos de subtítulos desnecessários: Trainspotting – Sem limites, Seven – Os sete crimes capitais e Closer – Perto demais.

Ainda sobre traduções
Philip Roth, escritor estadunidense, declarou em entrevista para a Folha de S.Paulo ser admirador de Machado de Assis e, principalmente, de Memórias Póstumas de Brás Cubas que foi lançado lá como Epitaph of a small winner (ou seja, “epitáfio para um pequeno vencedor”). Sobre a tradução do título, ele declara: “Eu não sei de onde vem isso, mas é idiota, deve ser um nome de puro marketing”. Só para lembrar que existem traduções ruins em todo lugar.

2 comentários:

Anônimo disse...

hahahahahahahahahaha
mto bom mari!!!

Daniel Médici disse...

Até que achei legal o Epitaph of a small winner...